Vídeos revelaram que crianças "toleravam" estupros de pintor após 5 anos

Vídeos revelaram que crianças "toleravam" estupros de pintor após 5 anos

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Vídeos revelaram que crianças

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A Polícia Civil comprovou, após cinco anos de investigação e uso de câmeras escondidas, abusos cometidos pelo ajudante de pintor, Luiz Eidi Watanabe, o “Japonês”, de 55 anos, contra crianças em Rio Negro, a 144 Km de Campo Grande. Depois da primeira denúncia, em 2017, apenas este mês a investigação conseguiu provas suficientes para fazê-lo responder pelos crimes e ser preso.

Duas situações impediram que o caso fosse comprovado antes: a relação afetiva que havia entre o denunciado e as crianças, o que as impedia de dar detalhes ou contar as situações de abuso de forma conclusiva, e ainda, o fato do suspeito não praticar atos que deixassem marcas que pudessem ser verificadas em exames de corpo de delito.

Em coletiva nesta tarde sobre o caso, o delegado de Rio Negro, Gabriel Cardoso, contou que depois de todo esse tempo, as provas foram conseguidas num prazo de apenas 24 horas, entre os dias 12 e 13 de julho. Câmeras que captam áudio e vídeo foram instaladas, com autorização judicial, na casa de “Japonês”.

No período, segundo o delegado, puderam ser coletadas provas irrefutáveis e robustas contra Luiz, que mantinha as crianças em silêncio porque as presenteava com doces, alimentos, brinquedos e até celular. A polícia identificou que uma das crianças tinha um celular cujo chip estava em nome do suspeito. Todas eram bem pobres e viviam em situação de vulnerabilidade.

Cardoso explicou que a demora em se conseguir a instalação das câmeras foi devido a necessidade de comprovar ao Judiciário, via petição, que a escuta era mesmo necessária. Ele citou inclusive, que se a medida tivesse sido solicitada no começo das investigações, certamente haveria sido negada. Era preciso convencer a Justiça que as investigações até então tinham sido inconclusivas e que seria necessário instalar os equipamentos para obter provas robustas.

O delegado comentou ainda que as imagens coletadas chamam atenção, sobretudo, diante da naturalidade das crianças enquanto eram abusadas, sendo que algumas continuavam brincando no celular enquanto eram violentadas.

Indiciamento - Luiz Eidi responde por cinco casos de abuso contra crianças de 3 a 11 anos de idade, sendo que os dois últimos casos foram comprovados na semana passada, já com as câmeras instaladas. Dois garotos de 11 anos se relacionavam enquanto “Japonês” assistia e coordenava a cena. Ao todo, as vítimas já identificadas são uma menina de 3 anos de idade; um menino de 6; uma menina de 9; e dois meninos de 11. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS