O que faz Mato Grosso do Sul liderar ranking de crescimento do PIB? - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
Azambuja atribui desempenho à confiança nas políticas de indução ao desenvolvimento e solidez fiscal do Estado - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS
Como Mato Grosso do Sul superou dois anos de retração da economia, em 2015 e 2016, fez a travessia da pandemia sem sobressaltos e resistiu às adversidades climáticas sem parar de crescer? O governador Reinaldo Azambuja tem a explicação. Conjugação de políticas de indução ao desenvolvimento e solidez fiscal. “O papel do Estado é incentivar e criar condições ao crescimento econômico e promover o desenvolvimento social, mas para garantir o bom desempenho desse papel, é preciso um conjunto de ações e políticas públicas. Não existe milagre. O que existe é vontade política, determinação e trabalho”, destaca o governador.
Confira entrevista com o governador Reinaldo Azambuja sobre os avanços do Estado nos últimos anos.
Governador, há duas décadas, Mato Grosso do Sul era conhecido apenas como Estado agropecuário, sem outra base econômica mais expressiva. Predominava o binômio boi-soja. De 10 anos para cá, vivenciamos um período de expansão industrial, fortalecimento do agronegócio e agregação de outras atividades na base econômica, como o turismo, por exemplo. O que mudou nesses últimos anos?
Reinaldo Azambuja – Não há como negar que o incentivo fiscal foi muito importante no processo de industrialização. Era o único meio para garantir o progresso social imediato. O que era conhecido como “guerra fiscal” foi uma disputa saudável entre os estados para atrair grandes empreendimentos e assim fazer frente à demanda por emprego e renda. A Constituição Federal deu competência aos estados para tributar e essa atribuição compreendia também a prerrogativa da renúncia fiscal. Assim, o Estado pôde atrair muitas empresas, principalmente do setor agroindustrial. Naturalmente que o Estado se beneficiou, não só lançando mão dos benefícios tributários, mas oferecendo infraestrutura e logística. Vale lembrar que ao abrir mão de parte da receita de um lado, viu crescer a arrecadação nas cadeias produtivas e de serviços. Uma grande indústria movimenta outros setores e o resultado é a geração de emprego e renda. Depois dessa fase, ficou muito evidente a necessidade de diversificarmos a economia, com ações e políticas de indução voltadas ao crescimento econômico mais robusto, expandir o agronegócio, tirar Mato Grosso do Sul da condição de apenas exportador de commodities para agregar valor à produção. Esse processo vem se consolidando, principalmente nos segmentos da agropecuária, avicultura, suinocultura, setor sucroalcooleiro, aquicultura, mineração, siderurgia, setor florestal e turismo. A diversificação, no entanto, não significava retrair a economia primária. Mato Grosso do Sul segue com uma forte produção de grãos e carne, é um Estado exportador, por isso a valorização das commodities reflete no crescimento do PIB estadual. O fato de Mato Grosso do Sul liderar esse crescimento, segundo as projeções, se deve ao potencial do Estado, a capacidade de produzir mais e exportar mais.
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